Em épocas de crise hídrica, as pessoas têm buscado constantemente novas soluções para que não falte água, ao menos para as tarefas do dia a dia. Uma das soluções mais procuradas, depois do armazenamento da água de chuva é a instalação de poços artesianos. Mas será que vale a pena?

Como são os poços artesianos?

Os tipos de poços artesianos podem variar conforme a tecnologia empregada, os métodos de proteção ao meio ambiente, segurança e sistema de operação. Pra começar, divide-se os poços em dois tipos:

  • Poço artesiano convencional: é aquele em que a água permanece no interior do poço e, para vir à superfície, deve ser bombeada;
  • Poço surgente: é aquele em que a água jorra naturalmente, devido à diferença de pressão.

Perfuração

Antes de iniciar a perfuração do solo, algumas práticas devem ser adotadas. Primeiro, é necessário verificar se o local não é proibido para perfuração. Algumas áreas têm leis específicas quanto a isso.

Em seguida, leva-se em conta a avaliação hidrogeológica, que deverá ser feita por um geólogo credenciado ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). Essa avaliação irá identificar se há recursos hídricos no local e então elaborar o projeto de perfuração. Feito isso, é necessário se obter a licença de perfuração.

O profissional irá então definir o melhor método de perfuração que deverá ser empregado nesse poço, de acordo com o tipo de solo local:

  • Solos e sedimentos: usa sistema de perfuração rotativo. Um fluido estabilizador evita desmoronamentos e erosões. Utiliza tubos lisos e filtros;
  • Rochas duras, como granitos, gnaisses, basaltos etc.: usa o sistema rotopercussivo. Desmoronamentos e erosões são evitados através de uma mistura de ar comprimido com água e detergente neutro. Dispensa tubulações.
  • Poços mistos: como o próprio nome diz, mitura os dois métodos.

No entanto, mesmo depois de pronto, o proprietário do poço não tem autorização para usá-lo. Ele deverá entrar com uma solicitação da outorga de direito de uso da água. Todo esse processo poderá levar meses e até um ano para ser concluído.

Manutenção

A manutenção do poço artesiano irá variar de acordo com o tipo de água encontrada. Água muito rica em sais minerais, por exemplo, poderão acabar fechando os filtros, o que causaria a diminuição da vazão, necessitando de constante manutenção. O mesmo acontece com águas corrosivas, por exemplo, onde se usa revestimentos de ferro. Além disso, se uma desinfecção anual não for muito bem feita, com o uso de um bactericida, o poço terá proliferação de musgos e bactérias, podendo chegar a água a se tornar imprópria para uso.

Portanto, o aproveitamento da água da chuva mostra-se o meio mais seguro, simples e eficaz para economizar água de maneira sustentável.

Gostou deste artigo?