Mais um verão com previsão de altas temperaturas se aproxima e, com ele, espera-se que ocorram as chuvas normais para este período do ano, de maneira a abastecer os mananciais que fornecem água para tratamento, como Sistema Cantareira.
O Sistema Cantareira é um dos maiores do mundo e o maior administrado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pela água que abastece São Paulo e municípios vizinhos, perfazendo um total de 5,3 milhões de pessoas que dependem de suas águas.
Com a proximidade das estações mais quentes do ano, a preocupação com o abastecimento de água volta a assombrar as pessoas e os olhares voltam-se para o Sistema Cantareira mais uma vez.

Volume de água

Nas primeiras semanas de setembro as medições realizadas pela Sabesp, atestam que o Sistema Cantareira conta com apenas 16,5% do seu volume total, o que é considerado o volume morto.
Mesmo com as chuvas do final do inverno, que contribuíram para a elevação dos níveis e certo alívio quanto ao abastecimento, a quantidade de precipitações ainda é insuficiente para garantir um volume adequado o que torna o papel dos rios afluentes muito mais importante.

Medidas preventivas

Devido à recente crise enfrentada pela Sabesp com os problemas causados pela escassez de água e, consequentemente, com o abastecimento, houveram críticas em pareceres do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo quanto ao planejamento e gestão do Sistema Cantareira.
O órgão comunicou, em nota sobre a prestação de contas do Governo Estadual, que houveram alertas ignorados à Secretaria Estadual de Recursos Hídricos quanto aos riscos de escassez de água, bem como quanto a falta de planejamento e alertou que medidas preventivas deveriam ter sido tomadas, tais como:

  • Despoluição dos rios Tietê e Pinheiros: como dois importantes cursos d’água que cortam São Paulo, estão mais acessíveis e, com menos poluição, há menos contaminação de outros cursos d’água;
  • Recuperação da represa Billings, que poderia também contribuir com o abastecimento;
  • Combate ao desperdício de água no sistema de distribuição: estas perdas somam um total de 36% de toda a água tratada pela Sabesp ou, em litros, chegam a quase um trilhão de litros de água.

Estas medidas poderiam aliviar a pressão sobre um sistema que está espremido entre as montanhas da Serra da Cantareira, o que aumenta a distância que a água percorre para chegar a pontos mais distantes da capital e de outros municípios que dependem desta água.