Assim como a estiagem por que passa a região Sudeste do Brasil, o aproveitamento da água de chuva para diversos fins não potáveis é relativamente novo no Brasil, assim sendo, quando as chuvas voltarem é extremamente relevante que uma parte deste precioso recurso fique retido em nossas residências, de maneira que possa aliviar a pressão nos já esgotados mananciais.

No entanto, cabe destacar que para ter efetividade, é necessário tomar alguns cuidados e observar alguns itens fundamentais para o sucesso do projeto, não importando seu tamanho e ou capacidade.

São eles:

  1. Filtros para água de chuva: este importante equipamento deve ser instalado na entrada da cisterna (reservatório), para que filtre as sujeiras carreadas desde o telhado pela própria chuva, tais como; folhas, galhos, sacos plásticos, papel, etc. Sujeiras estas que se forem armazenadas juntamente com a agua irão degrada-la, comprometendo sua qualidade e impedindo sua utilização.
  2. Cisterna (reservatório): tão importante quanto o filtro a cisterna deve ser escolhida de forma a atender em volume os objetivos do projeto, tanto no que tange a área de telhado, quanto as possibilidade de consumo, ou seja, quanto maior o telhado e maior as possibilidade de consumo, maior a cisterna. Ela deve ser normalmente enterrada, para manter a água em temperatura mais baixa, o que contribuirá para a sua preservação, deverá ainda ser totalmente fechada para evitar a entrada de luz e estruturalmente robusta, de forma que possa ser enterrada com um mínimo de obras.
  3. Freio d’água e Multisifão antibicho: O primeiro deverá ser instalado na entrada da agua na cisterna e evitar que a água seja lançada em forma de cascata, favorecendo a decantação e trabalhando para a melhoria da qualidade e água coletada, já o multisifão deve ser instalado no tubo de transbordamento da cisterna, possibilitando uma renovação constante da água durante as chuvas recorrentes e de ainda possuir um “design” que não permita a entrada de pequenos animais e ou roedores, que se presentes na cisterna favorecerão a degradação da água reservada.
  4. Conjunto Flutuante: Considerando que os dispositivos de filtragem foram instalados, este por sua vez é o dispositivo de consumo, pois irá conectado à bomba que levará a água até os pontos de consumo e sua função é captar água ligeiramente abaixo da lamina, onde nenhum material em suspensão possa estar, coletando, desta forma, a melhor fração de água reservada na cisterna.
  5. Bomba de recalque: Este dispositivo é o responsável pelo consumo da água, nele estará conectado o conjunto flutuante e a tubulação de recalque, ao longo da saída da cisterna, poderá estar instalado um dispositivo de automação, o pressostato, este será responsável por ligar e desligar a bomba simplesmente ao comando de uma torneira ligada na rede de consumo da água de chuva, possibilitando assim maior conforto na utilização do sistema.
  6. Realimentador automático de água da rua: Na falta das chuvas, é fundamental que o sistema não gere desabastecimento, para isso, basta que seja instalado um realimentador automático, que dever ser ajustado para garantir o suprimento mínimo de agua da rua, até que a chuva volte e garanta o abastecimento pleno do sistema.
  7. Serviços: Assim como bons equipamentos, o bom serviço é crucial para o desempenho do sistema, o interessado em implantar um sistema de aproveitamento de água de chuva, deve procurar por empresas idôneas e com tradição neste tipo de projeto, que possuam mão de obra especializada desde a engenharia até a montagem e manutenção dos equipamentos, de maneira que o projeto tenha pleno sucesso.
  8. Segurança: Exija que o profissional contratado tenha experiência no assunto, e também que o projeto siga as diretrizes da Norma Técnica Brasileira para o tema ( NBR 15527/2012) e certifique – se de que foram utilizados materiais de boa qualidade.

Faça da água de chuva uma importante aliada na preservação da água potável e por fim dos mananciais e da vida de uma forma geral, as atuais e as futuras.