Não é nenhuma novidade que o esgoto é um problema bastante grave no Brasil. Por isso, precisamos falar de uma nova realidade, bastante positiva, que segue a tendência global de sustentabilidade no que tange o gerenciamento de recursos hídricos – o reuso de esgoto tratado.

Na prática, até mesmo a água que recebemos em nossa torneira é, de certa maneira, o esgoto que foi tratado. Isso porque, quando transformamos a água potável em esgoto, o mesmo segue para as estações municipais. recebe um tratamento e quando atinge um nível seguro de pureza o esgoto já tratado é lançado nos rios, que farão o processo de depuração biológica, transformando o esgoto em água doce novamente.

Mais pra frente, a água do rio será captada pelos sistemas de abastecimento e passarão pelo tratamento de água nas ETA’s (estações de tratamento de água), que através dos tratamentos físico-químicos transformarão a água doce em água potável, atendendo uma série de exigências da portaria 2.914 do ministério da saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Então, posso atingir estes parâmetros e transformar meu esgoto em água potável?

A resposta obviamente é: Sim! (Mas não…)

Calma que eu te explico melhor…

A portaria 2.914 é bastante restritiva no que se refere aos padrões de água potável, logo, para poder transformar seu esgoto, ou mesmo a água da chuva em água potável, seria necessário um complexo sistema de tratamento com o uso de produtos químicos.

Apesar de já existirem no mercado os sistemas de ultrafiltração, que são capazes de filtrar e desinfectar a água e que são bastante compactos e acessíveis, estes sistemas purificam tanto a água que retiram até seus minerais, logo, o que sobra é o puro H²O, que por sí só não é suficiente para nos manter vivos. É neste sentido que a portaria do ministério da saúde atua.

Existem sim maneiras de tornar a água potável. mas elas inviabilizam a construção de um sistema residencial, são elas:

  • Infiltração: Ao infiltrar a água tratada no solo ela abastecerá o lençol freático. Durante o processo conhecido como percolação, a terra e os minerais cuidam de eliminar impurezas da água e torná-la nutrida com sais minerais. mas ainda assim, não é possível obter controle total sobre a quantidade e os tipos de sais.
  • Estações de tratamento de Água: Através do método fisico-químico, é possível atender aos critérios da portaria do Ministério da Saúde, é este inclusive o método utilizado nas estações municipais, mas para tratar o próprio esgoto é um método inviável financeiramente e que requer operação constante.

Mas este artigo não era sobre o reúso de água no Brasil?

Sim! Muito bem lembrado por sinal…

No Brasil é possível sim fazer o reúso do esgoto, só que para fins não potáveis.

Diante disto, podemos elencar dois cenários para o reúso de esgoto tratado:

 

  1. Reúso nas Indústrias: Como a água é um insumo importante e consumida em altas quantidades pelos processos indústriais, compensa muitas vezes desenvolver sistemas físico-químicos para reutilizar o esgoto e transforma-lo em água não potável. Esta água poderá ser utilizada para descargas, irrigação e processos industriais que não dependam da água potável. Vale lembrar que mesmo estes sistemas precisam de um tratamento mais avançado para desinfecção do esgoto.
  2. Reúso em residências (Economicamente Viável): Nas residências o processo de reúso de esgoto tratado mais viável disponível no Brasil, fica restrito à irrigação de plantas ornamentais. A água resultante do tratamento de esgoto é muito boa, inclusive, para tal finalidade, uma vez que ainda levará consigo algum resíduo orgânico (cerca de 2 à 5% para estações compactas de tratamento), mas que após sua desinfecção não causará riscos à saúde. No caso das residências este método é aplicado para as estações compactas de tratamento de esgoto, que é um sistema com estágio avançado de tratamento quando comparado ás fossas sépticas.
  3. Reúso em residências (Investimento de longo prazo): O reúso da água resultante do esgoto tratado em residências também é uma possibilidade, porém os sistemas atuais requerem um investimento maior e uma operação especializada, assim como a manutenção periódica dos componentes. Com os sistemas de ultrafitração ou fisico-químicos para residência, é possível reutilizar cerca de 50% da água do esgoto tratado. Os usos são para fins não potáveis, como lavagem de pisos, carros, descargas em vasos sanitários, irrigação de plantas e jardins, dentre outros. Tudo depende do projeto. O custo inicial de um projeto de reúso residêncial é de aproximadamente R$ 20.000,00.

 

Claro que este é um pequeno resumo sobre algumas das possibilidades de reúso de esgoto no Brasil. Vale lembrar que de todas as maneiras, a água do esgoto após seu tratamento retornará para a natureza e retomará seu ciclo natural.

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