O aparecimento da economia mundial globalizada e suas conseqüências vem trazendo às empresas oportunidades de expansão e aquelas que conseguem perceber esta nova tendência mundial, poderão criar mercados cada vez maiores, graças as novas tecnologias da comunicação e seus produtos poderão alcançar consumidores de outros países com menos esforço.

Para isso os empresários e as empresas devem desenvolver uma nova filosofia e adequar seus parques industriais e seus produtos a um fator cada vez mais importante na comercialização: o fator ambiental. Por que? Porque a conscientização dos problemas ambientais que a poluição crescente vem trazendo tem feito com que as pessoas fiquem mais exigentes, quanto a qualidade dos produtos que adquire. Cresce o número de consumidores que exigem regras ambientais corretas na produção e nos serviços.

Assim, o fator ambiental vem mostrando a necessidade de adaptação das empresas e conseqüentemente direciona novos caminhos na sua expansão. As empresas devem mudar seus paradigmas, mudando sua visão empresarial, objetivos, estratégia de investimentos e de marketing, tudo voltado para o aprimoramento de seu produto, adaptando-o a nova realidade do mercado global e corretamente ecológico. Prova desta necessidade de melhoria da qualidade ambiental global é o crescente número de empresas que passaram a adotar as normas da série ISO 14.000, que tratam da qualidade ambiental da produção e do produto em si, bem como o crescente número de empresas em vários setores que passaram a adotar os selos de qualidade para que os consumidores possam identificar os produtos corretos ecologicamente.

A globalização, a expansão das indústrias e a sua necessária adaptação ao referido fator ambiental para que haja menor agressão ao ambiente, exige do administrador de empresas moderno uma nova visão de trabalho e conseqüentemente uma nova forma de administração: a administração ambiental.

Dentre as atividades da necessária administração ambiental podemos sugerir que as empresas tentem: minimizar o impacto dos resíduos da produção no ambiente; reciclar e reutilizar produtos, bem como elaborar sua contabilidade ambiental colocando no ativo o imobilizado referente aos equipamentos adquiridos visando à eliminação ou redução de agentes poluidores com vida útil de um ano; os gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a médio e longo prazos; os estoques relacionados com o processo de eliminação dos níveis de poluição; creches, empregos gerados, áreas verdes etc. e no passivo toda agressão que se pratica ou praticou contra o Meio Ambiente; o valor dos investimentos para reabilitá-lo; as multas; indenização; gastos com projetos e licenças ambientais; restrições a empréstimos, entre outros, conforme normas da Ibracon- Instituto Brasileiro de Contabilidade (NP 11 ).

As empresa deverão também executar programas internos de educação ambiental visando conscientizar seus empregados das novas diretrizes, sem o que dificilmente conseguirá obter sucesso neste empreendimento. Deve-se, ainda, ter sempre em mente que a exigência ambiental têm propiciado o surgimento a nível planetário do“ecobusiness”, ou seja, de negócios e produtos ecologicamente corretos, principalmente nos países ricos, de sorte que se as indústrias nacionais não se adaptarem a estas novas exigências do mercado começarão a perder espaço na comercialização.

Contabilidade Ambiental

Em vista da conscientização da grande extensão da problemática ambiental principalmente após a Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, a Rio-92, a temática ambiental passou a se integrar em quase todas as áreas do conhecimento humano e a Agenda 21 vem fomentando tentativas de melhoria de vida com práticas e ações, modificando as perspectivas e o comportamento das pessoas.

As exigências mercadológicas preservacionistas passaram a exigir das indústrias maior adaptação aos novos modelos ambientais, fazendo com que produzam cada vez mais “produtos limpos”, bem como adesão as normas da ISO 14000, que visam maior excelência ambiental dos produtos.

Esta conscientização aumentou as ações protetivas do ambiente e conseqüentemente as ações judiciais ambientais, nas quais as indústrias muitas vezes são responsabilizadas por danos ao meio ambiente e condenadas a pagar indenizações, multas ou ter obras embargadas, o que pode ser considerado como fatores de depreciação patrimonial ou seja referente ao seu passivo. Por sua vez, os equipamentos relacionados aos problemas ambientais são aquisições que vêm acrescentar em seu patrimônio, de forma que podem ser enquadrados como ativo.

Em vista disto, bem como das implicações econômicas que as questões ambientais têm gerado, muitas empresas e industrias já vêm contabilizando estes fatores nos seus balanços contábeis, o que é oportuno, principalmente pela excelência ambiental que as empresas vêm buscando na corrida gerada pela concorrência mercadológica, tanto que o Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) estabeleceu a Norma de Procedimento de Auditoria conhecida por NPA 11- Balanço e Ecologia que apresenta um roteiro a ser observado pelos Contadores contábeis nos casos de implicações com o Meio Ambiente.

Ativos ambientais:

A referida NPA 11 estabeleceu que são componentes dos Ativos Ambientais, entre outros:

  • O imobilizado, referente aos equipamentos adquiridos visando à eliminação ou redução de agentes poluidores, com vida útil de um ano;
  • Os gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a médio e longo prazos;
  • Os estoques relacionados com o processo de eliminação dos níveis de poluição;
  • Creches;
  • Empregos gerados;
  • Áreas verdes;

Passivo ambiental:

Quanto ao Passivo Ambiental, conceitua-se como toda a agressão que se pratica ou praticou contra o Meio Ambiente, que podem ser entre outros:

  • O valor dos investimentos para reabilitá-lo;
  • As multas, indenização;
  • Os gastos com projetos e licenças ambientais;
  • As restrições a empréstimos;

Sugestão:

Por não ser obrigatória legalmente, esta contabilidade ambiental pode ser feita até paralelamente ao balanço da empresa, pois como se depreende do exposto é importantíssima nesta era da globalização que exige harmonização e corretas posturas na questão ambiental.

Aliás, isto já pode ser observado no momento das negociações com países do primeiro mundo que na grande maioria estão exigindo transparência e garantias de condutas ambientais corretas; o mesmo se diz quanto a empréstimos.